domingo, 17 de abril de 2011

Jealousy

Seus sonhos já não eram mais tão doces e surreais, estavam se tornando em momentos tristes, momentos que ela não queria que acontecessem, momentos sempre negados e inimagináveis.
Victor se aproximara, de novo, como um furacão, tirando tudo de sua frente, para, mais uma vez, tentar manter seu relacionamento. Laura não sabia mais o que pensar muito menos o que fazer. Eram tantas pessoas cobrando tudo dela, até eu estava cobrando sua amizade e um pouco de seu tempo pra nos vermos e colocar a conversa em dia. Fernando e Angelina já nem tentavam, pois segundo eles, era caso perdido. Infelizmente, no momento, pouco importava o que todos diziam, Laura era impenetrável e imutável.
Falavam, falavam e falavam e para o desespero e desapego de todos, ela não respondia, não mantinha uma idéia fixa. Ela não mantinha nada. Agora pergunto: o que ela fazia se não fazia nada do qual pudesse mudar ?

Just breath.

Sentia ciúme. Sentia raiva. Tristeza. Mágoa. Tontura e enxaquecas cada vez piores. Não sentia fome, seu estômago revirava. Sua cabeça, latejava com cada piscar de olhos. Ela se deixou cair, se enfraqueceu. Sabia o quanto estava sozinha. Sabia, principalmente, que seria assim por muito tempo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Trough the glass

No calor da noite você está observando através da janela, os barulhos que te incomodam. Te olho de perfil e aquele rosto tão sereno e calmo, com aquele olhar vago fixado num ponto aleatório do lado de fora da janela, me paralisam.
A lua brilha nos teus olhos e nada além de sua luz ilumina a sala. Tão lindo. Ficaria horas, dias admirando a visão e me alimentando dela. Os minutos passam tão rápidos que o relógio anuncia 23h. Calmamente, suas mãos fecham a janela, puxam a cortina, respira fundo e vira-se lentamente. "Hora de dormir" fala com a voz rouca denunciando o sono. Caminha em direção ao quarto apagando as luzes do corredor. Entra em seu quarto, vai no guarda-roupa e pega seu pijama dobrado apressadamente naquela manhã e veste-o. A hora passava e fazia tudo isso com calma. Trocado, vai arrumar sua cama. Esticando os lençóis, percebe o quanto sentia falta.
Nauseado de sono, deita-se, deixando apenas a luz da lua iluminar parcialmente seu quarto. Chateado tenta fechar os olhos e não mais pensar. Obriga seus pensamentos a se enterrarem, a sumirem e a garantirem uma noite onde possa descansar sua mente.


Laura acorda assustada no meio da noite, por mais uma vez, seus sentimentos voaram a kilometros de distância e encontrarem um coração desiludido e magoado. O coração dele.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

And tonight we can truly say

Vários dias se passaram tão demoradamente que mal podia acreditar. Fernando e Angelina ausentes, eu trabalhando e estudando e bem perdida no desenvolvimento dos meus trabalhos e nas datas de entrega. E Laura, como estaria ? Eu mal podia imaginar como estava. Na última vez que nos falamos ela parecia estar um tanto quanto bem, eu diria serena, paciente e na minha opinião, esperando algo acontecer.
Esse algo acontecer eu não tenho absoluta certeza, mas deduzia de que assunto se tratava ... ele. Laura comentou comigo há uns dias que não estavam bem, as brigas e desentendimentos aconteciam em espaços curtos de tempo e se sentia tão distante, tão alheia ... Pra ajudar a situação, seu humor não era dos melhores, entediava-se facilmente, o stress era maldito, queixava-se de tudo e de todos, sentia-se sufocada a cada frase que ouvia a seu respeito, sentia-se mal, fraca, inútil. Victor reclamava de sua postura e comportamento como namorada, como se ela devesse seguir regras presentes no "manual de relacionamentos", dizia que não iria aguentar essa situação por mais tempo e que um ponto final seria bom.
Em decorrência dos acontecimentos recentes à Laura, um tempo pros dois, seria mais do que bom, seria necessário. Esse tempo viria em boa hora, viria para anunciar um novo começo, um suspiro de renovação e alívio.
O sentimento dela para com Victor estava se transformando em algo resumido a afeto e amizade e quando um relacionamento chega a esse ponto, para que não se deteriore em tristeza e raiva, o tempo é um ótimo aliado. Estava convicta já, carecia dessa palavrinha e de seu significado: TEMPO. E foi só comentar com Victor do que queria que iniciava-se a 3ª Guerra Mundial no seu relacionamento. "Porque TEMPO ? TEMPO pra mim é terminar, porque não fala que quer terminar logo ? Acho que tá com tanto medo que não tem coragem de falar isso na minha cara!" Victor disse. Impossível manter a calma nessas horas na condições em que Laura se encontrava. Respirou e manteve-se calada durante toda a conversa, apenas digerindo aquelas palavras. Não ligou nem tampouco conversou com ele durante um, dois dias. Ao logar em seu messenger, Victor a chamou e "press start for a new fight" e o pavio curto de Laura se acendeu e explodiu ... "EU QUERO UM TEMPO VICTOR !" e saiu. Sentiu um choque passando pela espinha até as pernas, respirou fundo e foi dormir. No dia seguinte, seu dedo anelar da mão direita encontrava-se sozinho pois a aliança estava guardada em casa.

Marcado o fim e início