quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Blue Rigde Mountains

Acordei com uma vontade enorme de gritar pro mundo. De mostrar à todos quem eu sou, do que eu sou feita. Sou igual e diferente, eu sinto diferente.
Onde estão todos aqueles que falavam "estarei sempre do seu lado não importa o que aconteça" "me ligue, não importa a hora"? As mãos santas, as palavras confortantes, os abraços protetores e afáveis, os olhos singelos e cálidos que observam e falam, os lábios quentes selados... preciso disso, de novo e mais uma vez, e assim, só assim, acalmar a fúria dentro de mim. Imagina como é estar num ponto onde você conseguiu perder seu auto-controle e todos à sua volta te olham, julgam como louca. Irresponsável. Que atire a primeira pedra quem nunca errou. Você assim como eu, já errou, mentiu, feriu, satisfez o próprio ego, agiu desonestamente ou algo pior. Se não o fez, já pensou em fazer e por um lapso consciente diferiu o pensamento e agiu coerentemente. Nada é conforme queremos, mas nossos erros, esses são como pensamos ou como temos medo de que sejam, pra mim é assim.
O que eu quero da vida ? Eu já não sei, esperava tanta coisa, idealizei tanta coisa, ansiei e desisti de tanta coisa. Pra falar a verdade, eu não sei como viver. Eu julgava que sabia, de verdade. Mas de uns 3 anos pra cá, a perspectiva mudou de forma, de gosto, de olhar ... de pessoa. Descobri que desenvolvi personalidades. Sim, com um abismo de peculiaridades e diferenças entre elas incrível, é monstruoso. Levo um tipo de vida onde se eu quiser ter casa e comida é assim que devo agir. É assim que meus pais pensam. Deixei de lado meus sonhos, meus desejos, meu eu, pra agradar quem dificilmente se agrada. Na minha percepção, quando fizesse 18 anos estaria morando em outra cidade, cursando História numa universidade federal ou particular, mas fora de casa e sozinha. Eu me viraria muito bem, é a lei da sobrevivência não é mesmo ? O mais forte vive, certo ? Eu iria ser mais feliz. Teria meu espaço, minha vida, finalmente ! Conheceria pessoas, teria experiências boas, ruins, meio termo. Teria vontade de continuar, de prosseguir e querer sempre mais e lutar pra isso. Na minha imaginação, eu teria apoio dos meus pais e da família. Os veria uma ou duas vezes no mês, sempre nos finais de semana e feriados, teríamos aquele almoço digno de domingo, as conversas sadias e saudáveis, trocas de cultura, de viver, de amor, de dignidade. E eu não seria assim, gélida, acomodada, uma pessoa marmorizada como estou hoje, um coração peludo batente que dói quando lembra dos sonhos que partiram, que simplesmente escorreram sob minhas mãos e eu tive que deixar. Minha auto-estima não estaria tão baixa, e eu não seria essa pessoa tão carente que hoje eu assumo, admito, confesso e mostro à quem quiser. Não há nada de errado em assumir. Um ser que vibra por atenção, por um pouco de carinho e respeito, por interesse nos meus assuntos, por pessoas que não se aproximem de mim por status mas sim pelo meu significado à ela, o que eu represento em sua vida.
Percebi que absorvi coisas ruins que estão difíceis de jogar fora ... eu tento, tento, mas ainda não é o bastante porque eu ainda me sinto fraca demais. Não queria mas deixei acontecer e hoje pago o preço. Arduamente.
Me sinto mais rebelde que antes. É, é verdade, mas não pelo lado ruim mas sim pelo fato de voltar a lutar pelo que quero e consegui-lo. Evolui, regredi e agora acho que estou caminhando em passos pequenos, mas certos ... tenho esperança nisso.

Eu aprendi a gostar de mim. 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

You had me at a hello


Laura passou uns dias fora de si. Imprevisível demais, nunca vi igual. Um furacão de sentimentos e reações acontece dentro dela e do coração dela. Eu odeio isso, pois são nesses hiatos, nesses momentos que duram dias, semanas e até meses que ela se fecha pra mim. Ela some. Ligo uma, duas, três, milhões de vezes e nada. Quando consigo um telefonema é totalmente monossilábico. Cadê você Laura ? Acorde, lute ! Mostre-se que é capaz do que muitos nem imaginam que é. Você é mais forte do que pensa ... enfraqueceu, mas vai superar, encontrou o sentido da luz em seu caminho, por favor, não o perca novamente.
Você já mostrou, para muitos, que é capaz de aguentar coisas piores, bem piores. Já pensou várias vezes em desistir. Quase desistiu, mas voltava atrás. Já provou pra mim, pra todos que é forte, agora ... acredite. Acredite, por favor. Ele precisa saber que você pode suportar, que você é capaz, sabe porque ? Porque ele acredita muito em você.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Caio Fernando de Abreu

Quando te falo da idade, quando te falo do tempo, e não tivemos tempo - queria te falar de Cronos, Saturno, da volta pelo Zodíaco quando se completa 30 anos. A tua estrela é muito clara, tem sinais bons na tua testa. Compreendo teu Plutão e a Lua encarcerados na casa XII - as emoções e paixões aprisionadas -, e também Urano, todo o impulso bloqueado. Na mesma casa, a do Karma, a dos espíritos que mais sofrem, tenho também o Sol, Mercúrio e Netuno. Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos espantosamente parecidos. E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro.



Me queira bem.

Word by word

Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total. Até a próxima morte, que qualquer nascimento pressagia.

Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.

 - Caio Fernando de Abreu

Behind this un

"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."


- Caio Fernando de Abreu

Can you read my mind ?

O mais engraçado, ou menos, como preferir, é o vazio que estou sentindo dentro de mim. Uns dias atrás eu tinha certeza de tudo, ou quase tudo pelo menos, e agora, eu não quero mais ter certeza. Certeza é algo muito incerto ainda se for pensar no lado metafórico, pra mim.
Eu gosto de coisas que me tiram o ar e a sanidade. Gosto da intensidade dos momentos, da profundidade de um olhar, do arrepio de um toque. Gosto que me deixem sem palavras, pois é aí que eu estou completamente vulnerável e meu eu vem à tona e me liberta. Sinto muito coração, mas eu não nasci para ser presa. Você mais do que ninguém me conhece. Eu nem me conheço às vezes e prefiro que assim seja ... me conhecendo a cada erro e acerto que eu cometo. Descobrindo minhas qualidades, defeitos e nobrezas.

Alguém que eu possa chamar de meu, porque me permitiu à isso. Alguém que me faça merecer seu amor, sua preocupação e dedicação, e o principal: sua confiança. E pedirei, por favor, que não me faça promessas. Palavras não passam de grafias se não forem colocadas em prática. Palavras doem da mesma forma que uma ação mal intencionada. Um erro. Uma distração. Um piscar.

Calma coração, um dia tudo muda. Quem sabe o nosso amanhã ? Ninguém, nem nós dois. Eu só te peço uma coisa: nada de promessas, ilusões, fazer ou dizer coisas bonitas num primeiro encontro ... seja transparente comigo que eu serei com você.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Let it be

O texto anterior foi um dos meus últimos no momento. Por ora, manterei um hiato indeterminado.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rebirth

Há exatamente uma semana atrás parecia que o tempo ia durar uma eternidade. Rezei muito pra que esses sete dias durassem apenas horas. O tempo voou. Era sexta-feira a noite e eu não me aguentava de ansiedade de que a algumas horas eu iria te ver. Sinto que ainda estou com você em algum lugar do mundo. Você se pergunta "como ?" eu lhe respondo "depois de ontem, levou um pedaço de mim com você, levou meu coração com você". Eu preciso dele pra viver, como agora o detém, eu preciso de você para ser feliz.
Liguei para saber onde estava até que ao cruzar o corredor eu te encontrei mas acho que não me viu. Quando te vi, tremi por inteiro. Fernando pediu para que eu me controlasse senão ia estragar tudo. Eu estava ansiosa e com medo. Você estava tão lindo. Liguei novamente avisando aonde eu estava e acho que me viu, pois veio a minha direção. Me pegou de surpresa. Não queria nunca sair daquele abraço que há tanto tempo esperamos. Devo ter me denunciado naquela hora, pois ainda estava tremendo.
Andamos, andamos, andamos muito. Eu queria segurar sua mão mas aquele ainda não era o momento certo. Eu precisava sentir sua presença e aguçar mais e mais a minha vontade para quando o momento chegasse eu me entregar totalmente. Depois de te beijar a primeira vez, percebi que o meu totalmente era fugir com você naquele momento, sem me importar com nada, nem ninguém, apenas com o novo "nós". Já imaginou se eu fosse ? Se parássemos em qualquer lugar e começarmos uma vida nossa finalmente ? É loucura eu sei, mas ...
um dia isso será possível.
Ter você ali, mesmo que por horas me acalmou completamente. Fez com que eu voltasse ao meu normal. Parece que a Laura está voltando a sorrir e o mínimo que posso fazer à você é ser eternamente grata por tudo o que fez por mim, por tudo o que passamos juntos e por tudo o que já conseguimos superar juntos. Isso, pra mim, é a maior prova de consideração, respeito e sentimento que eu poderia pensar em receber e você me dá com tanta simplicidade e sinceridade. Agora olhe para a correntinha que lhe dei e a aperte bem forte contra seu peito. Feche os olhos e lembre do que passamos e do que sentimos essa semana. Tenho a absoluta certeza de que irei sentir tudo o que você sentir. Porque de uma forma ou de outra, longe ou perto, não tem como negar que estamos interligados.
Hoje é segunda-feira, as 17h51 e não há um momento pelo qual eu tenha esquecido como é profundo o seu olhar quando estou por perto. É por essas e outras que eu me deixo permitir sentir isso. É surreal. É único. É seu e meu. Nosso. Nós que construímos isso e vai prolongar por um longo tempo.

Whatever it takes, I'll do anything

Dediquei esse hiato à uma reconstrução interna. Eu precisava.
Há exatos dois meses eu não escrevia nada. Hoje, eu espero (e muito!) que isso mude.

Hoje eu quero você !

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Found my faith living in sin

Eu encontrei minha fé vivendo no pecado. Sim, foi isso mesmo o que leu. Nada pode ser maior do que o arrependimento de algo que NÓS escolhemos achando que poderia ser o certo. Achamos. Eu achei. E me enganei. Sofri e sofreram comigo. Meu anjo do capuz branco que não me deixa ver seu rosto durante o sonho, sofreu pelas minhas escolhas impulsivas.
Agora é a hora de ir para o inferno e meditar vendo o que pode ser o pior dos pesadelos ... sentir-se sozinha no mundo, viver num mundo onde não haja você. Você que sempre foi tão sólido deve ser difícil ver alguém como eu, tão inconstante. Depois de um tempo no inferno, volto à luz para, mais uma vez, ver-te com os olhos doces e úmidos de saudade.

Só quem viveu na luz, entregou-se às vertentes da escuridão e por fim, abriu seu coração novamente para se salvar, vicia-se a cada batimento cardíaco e a cada molécula de oxigênio que respira. Sim, eu me viciei em você. E ainda vicio a cada dia, pois eu me permito à isso. Porque ? Um "apenas porque eu preciso de você" responderia sua pergunta ? Ahm, fico feliz que sim.

Eu me permiti viver daquele jeito, eu regredi, admito. Regredi muito e perdi uma parte daquela menina da qual conheceu. Infelizmente não sei, com exatidão, aonde ela poderia estar.
Aliás, sei. Por favor, devolva-me ? Ela é o que faltava para minha explosão acontecer. É à ela a quem eu devo a vida.

É à ela a quem eu devo o maior motivo da minha vida: amar você.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Where were you while we were getting high ?

Dentro de mim existe um coração. Sozinho. Mas existe. Ele bate, sente, inspira e expira, obedece, magoa e é magoado, incontrolável e impulsivo. Como eu sei ? Convivo com ele há exatos 19 anos, mesmo que haja uma profunda falta de comunicação entre nós, sabemos o que o outro precisa (arrisco até em saber o que ele quer em cada momento).

Esse coração quer voltar a viver o amor. Voltar a viver aquilo que pra ele, foi o melhor exemplo de amor. Ele me fez acreditar de que o amor existe e pode sim, ser vivido mesmo que haja obstáculos. Impecílios sempre haverão, mas são eles que nos fazem mais fortes, mais convictos e obstinados. Aparecem, acredito eu, como uma forma de teste do destino. Bom, "teste".

O ser humano tem uma mania de wannabe ... poucos possuem sentimentos puros. Hoje, o ato de beijar alguém está tão banalizado que pessoas o usam para pagar alguma aposta ou para "pegar" alguém no final de semana apenas pra não passar em branco. Beijos são puros, abraços e troca de olhares também ... não tem nada mais reconfortante do que um abraço dado por aquele que amamos e seguido de um sussurro como "está tudo bem, querida, estou com você". Pode cair o mundo, mas se ele estiver com você, não daria à mínima. Encontrar uma pessoa assim é extremamente difícil, eu mesma demorei anos (ok, "demorei anos" parece que sou muito mais velha que você, mas espero que possa entender) até perceber que o meu coração já havia encontrado outro, o seu par. Almas gêmeas ? Eu não sei se acredito mais ... mas, em almas, eu acredito e muito. Era como se eu o conhecesse há muito tempo comparado àqueles primeiros meses. Lenta, mas explícitamente, adaptei-me à sua rotina e tempos depois, você à minha. Semelhanças foram aparecendo e logo, meu coração já não podia mais ficar sem sua presença todo dia. Agora, lhe pergunto: é amor ? ou é paixão ? Eu, sinceramente, prefiro não saber. Mas agradeço, se um dia, você descobrir e me contar.

domingo, 12 de junho de 2011

Stay 'cause


Volte e fique. Volte e seja meu. Fique e sejamos nossos.

Mal sabes o que tens feito comigo, coração. Você que é dono dos meus batimentos acelerados e mãos trêmulas de vergonha e ansiedade fazes com que meu corpo se rebele contra mim e me denuncie aos seus olhos. Meus pensamentos estão confusos. Travei uma segunda guerra contra meu coração neste momento. Assumi meus erros e os coloquei na minha frente e descobri o quão má eu me tornei. A Laura de antes estava perdida, carente e necessitava da mesma dose de vida que antes recebia de um certo alguém. Aquele alguém foi embora e levou algo que dava vida à Laura ... seu amor.

Sem amor, Laura passou a viver como se nada mais importasse e seus impulsos a controlavam.
Conheceu quem não deveria, beijou quem não queria, abraçou quem não merecia. Havia prometido tantas coisas das quais sonhava com que Augusto fosse o primeiro a lhe dar. Mesmo passando por esses momentos sem que fosse com ele, quando o dia chegou fora inexplicável. Sabia que não havia vivido nada semelhante antes e que aquele, era seu primeiro.

"Não quero mais viver assim ! A partir de agora, vou consertar meus erros e ter como meta a minha felicidade. E se possível, quero te conquistar de novo."

Vitor estava mais longe que qualquer pessoa agora, deixou Laura à mercê de quem lhe desse o que seria papel dele ... atenção e carinho. Erros, Laura cometeu muitos mas perder, de novo, a chance de viver tudo novamente, estava apunhalando sua cabeça. Augusto era muito mais que um garoto, era o garoto dela. Os sonhos dela, eram dele; pensamentos, vontades e loucuras, eram todos por ele. Já há algum tempo, ela havia se permitido lutar outra vez. Só que a partir de agora, era pra valer.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Yesterday, all my troubles seemed so far away

Se anteontem era inverno, ontem fora o indício de que o verão está bem próximo em minha vida. Eu, como boa apreciadora do inverno e seu deleite gélido e mórbido, não podia deixar de notar que meu coração voltara a sentir o calor novamente. Não gosto do verão. Da luz ofuscante do sol ao meio-dia no solstício, e toda a vivacidade de um bom dia ensolarado em meio à um passeio de bicicleta na orla da praia. Isso realmente não é para mim. Mas estou sentindo isso de novo, e mais uma vez não existem palavras que expliquem, na íntegra, como estou. Mas adianto, não é a mesma ansiedade que eu tive quando esperei o novo álbum do Strokes, ou o desespero da nova capa do "Suck it and See", do Arctic Monkeys ... é diferente, sabemos que é diferente, mas é a mesma coisa.
Fique. Bastou apenas essa mensagem sináptica. Obedeci. Meus músculos concordavam, aguantariam o frio da noite à espera daquela felicidade instantânea que ele tanto me proporcionava. Tão instantânea que ela é capaz de durar por dias ... e eu, encontro-me em contradição ao afirmar tal adjetivo. Tu tens consciência (e ciência) do que significas pra mim ? Tu afirmaste sentir a mesma coisa que eu na noite de ontem. Admirar-te-ia se eu confessasse o quanto meu peito ficou apertado ontem e a vontade de chorar foi grande mas eu não tinha motivos tristes pra isso, mas motivos sentimentais ?

Continue, estamos bem assim. Não vamos agir como dois adolescentes inconsequentes (mesmo que a minha vontade e meu ímpeto seja isto) mas sejamos coerentes. Só assim, seremos únicos. Porque ultimamente, eu tenho respondido à uma pergunta ... eu tenho dito sim ao amor.



terça-feira, 7 de junho de 2011

Right now the sun is in your eyes ...



- "Procuro alguém que se mantenha vivo dentro de mim."

Knockin'on heaven's door

Furiosa com o que eu tinha feito, me amaldiçoei por ter acordado.

- "COMO ? Por pouco eu o via ! Por muito pouco ! Laura, sua inútil ! E agora, como voltar a ter o mesmo sonho ?"

Havia um copo d'água que minha mãe sempre deixava no meu criado mudo quando me dava boa noite. Tomei-o de uma vez. Fechei os olhos e mentalizei "quero voltar àquele sonho". Apaguei o abajur e tornei a deitar novamente. O impecilho agora era os meus olhos que não queriam fechar. Respirei fundo uma, duas, três ... quatro vezes. Forcei-os a fechar de novo. Perdi a noção do tempo, e nada deu certo. Sento-me na cama, frustrada. Olho para um ponto qualquer no quarto e vejo um fecho de luz saindo da fenda da porta. Aquilo me intriga profundamente.

- "Não é possível que eu tenha dormido tanto que já amanheceu e eu perdi a hora !?"

Toquei na porta e ela se desmaterializou. Super-poderes não eram algo que eu queria no momento, se eu os tivesse ganho há uns, bom, 15 anos atrás, era uma coisa, mas agora ... poxa, eu queria meu sonho de volta, queria encontrar meu anjo, queria vê-lo e tocar sua mão novamente. Fechei os olhos e pensei no sonho, nos elementos que o compunham, já que agora eu tinha super-poderes, seria bom se eles me provassem que existiam e me transportassem ao meu paraíso. Minutos se passaram e uma mão me tocou. Abri meus olhos e vi meu anjo ali, do meu lado e falando para eu me apressar pois o pôr-do-sol estava a caminho.

- "Vamos Laura, vamos! Corra mais rápido sua preguiçosa !" e soltou uma risada gostosa e sabia que se me provocasse a correr, eu o faria, eu o obedeceria.

O vento estava veloz. Meus cabelos estavam soltos e atrapalhando minha visão então, avisei que ia parar para prender o cabelo mas ele não ouviu ou se ouviu, continuou a correr. Após prender quem me atrapalhava, voltei à corrida e o perdi de vista. Estava num terreno grande, com gramas verdes e flores bem pequenas, algumas árvores balançando conforme o vento. Olhei por todos os lados, o procurava com quem procura água no deserto: desesperadamente.

- "Onde está ? Volte !" gritei e ouvi apenas minha voz ecoando os limites.

Nada dele. Chamei mais cinco vezes e sem sucesso algum, desisti. O que tinha acontecido com ele ? Eu não sabia de mais nada a partir daquele momento. Tudo estava frio, mórbido, estranho e calmo demais pra significar algo bom. Ouço vozes mas não consigo identificá-las e são similares a avisos. Como se já não bastasse, meu anjo havia sumido por cerca de 40 minutos já e não havia menções se voltaria ou não. Uma hora, duas horas ... duas horas e quarenta e cinco minutos depois uma leve brisa passa entre meus cabelos e me denunciam uma voz. Aquela voz.

- "Desculpe a demora Laura, eu precisava que esperasse esse tempo."

Olho para meu lado direito e lá está ele, com seu manto branco e o rosto ainda coberto pelo capuz da mesma cor ... mas havia algo diferente, dava pra sentir que sim. Sua voz estava mais alta que o normal e mais limpa. Estendi minha mão para que pudesse tocar-lhe o rosto, mas ele amedrontamente se recuou e perdeu-se em pensamentos. Uns minutos depois, fez menção em falar alguma coisa, quando percebeu que eu estava atenta, desistiu. Eu estava ligeiramente longe dele quando me toquei da distância e logo me pus ao seu lado e pousei a cabeça em seu ombro.

- "Teme a mim ?"
- "À você ? Não ! Temo suas escolhas."
- "Minhas escolhas ?"
- "Sim. Eu entendo muita coisa do que passa Laura, mas sinceramente, suas escolhas me afastam de você."

Seu rosto pousou sobre meus cabelos e um beijo eu ganhei. Apenas suas mãos estavam frias, mas seu rosto, estava quente. Logo percebi que ele não era um anjo, mas uma pessoa da qual eu consegui trazer pro meu sonho e passar um tempo com ela.

- "Por favor, tire o capuz Augusto. Não me importa se for sonho ou realidade, mas estamos juntos aqui e agora. Se não quiser olhar para mim, aconselho que feche os olhos, mas deixe-me te olhar um pouco. Faz muito tempo que não vejo tanta sinceridade e afeto num rosto só."

Ao terminar de falar, levei minhas mãos ao seu rosto e sabendo que poderia travar uma guerra, obedeci meus impulsos e tirei aquele capuz. Para minha surpresa e afirmação, era Augusto o anjo branco dos meus sonhos. Afirmação porque nós dois sabemos o quão forte conseguimos ser quando queremos sentir a presença do outro que até os sonhos parecem muito realidade. Já surpresa, porque ele estava da mesma maneira como o deixei, não havia mudado nada, principalmente em seus olhos e suas mãos. Nos fitamos por um tempo. Seus olhos me olhavam tão profundamente que não pude deixar de me encabular e cortar aquela linha.

- "Sempre faz isso não é ? Fica com vergonha e abaixa a cabeça ... dá um sorriso tímido e depois me olha pra ver minha reação."
- "Desculpe. Seus olhos tem um dom que nunca encontrei em outros."
- "Dom ?"
- "Sim ... eles conseguem enxergar através de mim. Conseguem me dar, com um simples olhar, aquilo pelo qual eu procuro há muito tempo."
- "E o que procura ?"

Knock on heaven's door

O que seria do paraíso senão um mundo inteiro de respostas visadas ao bem próprio e ao "idealizador" de hipóteses. De nada valeria mais a pena se tudo o que vivi fosse um sonho. Sonhos são bons, contudo são o passe-livre ao pesadelo. Se existe sonhos, vale acreditar de que eles são a nossa chave ao que tememos, ao terror do "e se eu ... "

Eu queria os meus sonhos de volta ! Que fossem levados um dia, mas que voltassem imediatamente pra mim. São eles que me alimentam, são eles que me dão forças para continuar a acreditar no que, pro meu mundo, é essencial.

Bati na porta do paraíso uma vez. Dela, um anjo apareceu e me convidou a entrar e fiquei observando em como era lindo aquele lugar. Era perfeitamente igual aos meus sonhos mas com um detalhe incomum: não havia aquele anjo. Ele fugia de mim, não me deixava ver seu rosto. Apenas tocou em uma de minhas mãos para me levar até o topo mais alto daquela montanha para apreciar o abismo enorme que eu havia criado. Suas mãos eram geladas e suaves.

- "Espera, deixe-me te ver ?"
- "Me desculpa, mas não posso permitir que me veja"
- "Poxa, e porque ?"

Ele nada disse, apenas continuou me levando para algum lugar. Pressentia que reconhecia aquele lugar, assemelhava-se à uma praia pequena, com árvores de médio porte, a água do rio quase que cristalina e o sol cegando minha visão.

- "Esqueci que estamos no verão" pensei
- "Calma, logo o sol se põe e sua estação preferida vai voltar" o anjo me respondeu

Olhei em sua direção aturdida. Como ele poderia ter lido meus pensamentos ... e como ele sabia da minha estação preferida ? Bom, não sei como nem porque, mas havia algo nele que me fazia sentir renovada, bem comigo mesma e com vontade de viver. A cada passo eu tentava, sem muito êxito, ver seu rosto, mas ele percebia a cada tentativa e puxava seu capuz, evitando com que eu conseguisse vê-lo.

- "Droga !"
- "Calma, ainda não é a hora certa ... você vai saber, tenho certeza. Mas preciso que ande mais rápido ! Vai perder a melhor parte do dia ! Quer isso ?"
- "Ahm, eu nem sei aonde estou indo ... e muito menos quem é !"
- "Discordo ... você me conhece há mais tempo do que imagina."
- "Então me deixe te ver !" parei de andar e com muito pesar, soltei suas mãos, que estavam afetuosamente, 'presas' às minhas e pedi internamente para que ele atendesse ao meu pedido.
- "Mas que menina teimosa ! Preciso que veja o que quero te mostrar, por favor. Só assim vai saber com quem está falando"

Meu maior desejo naquele momento era que ele pegasse minha mão novamente e me levasse pra onde quer que fosse, mas que estivesse comigo. Como sua presença me fazia tão bem !

- "Ok, você venceu."

Muito rapidamente, vi um sorriso ali, perdido naquele capuz branco.

De repente, tudo ficou preto. Minha cabeça girava, girava e girava. Ele sumiu ! Meu anjo sumiu ! Olhei pros lados e só o que eu vi foi a mobília do meu quarto ... até eu lembrar que tinha acabado de acordar de um sonho.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Everybody live like it's the last day you will ever see

Licença! Aqui quem fala é Fernando. Sim, O FERNANDO. Tomei lugar da Coraline para expor meu ponto de vista sobre nossa amiga. Como todos sabem, estive presente a maior parte da história inteira dando suporte, apoiando e tentando ajudar nossa querida Laura. Eu, Angelina e inclusive mais duas amigas nossas não mencionadas aqui, Gisele e Mirela, estamos com ela há tempo e já vimos de muita coisa do que ela passou. Aliás, Angelina está com ela desde muito pequenininhas, sempre foram muito coladas. Para ter uma noção, eu fui o último a entrar no grupinho de amigos, e provavelmente, o mais teimoso de todos, pois acreditei até o fim naquilo que eu tinha a certeza que a traria felicidade, mas que ela simplesmente decidiu não aceitar.
Sei de poucas coisas, mas uma que eu sei é o seguinte: nada é eterno, mas também nada acaba. Há 3 anos ou talvez mais, ouço o mesmo nome com o entusiasmo constante dela. Augusto aqui, Augusto acolá... Cheguei a uma vez brigar com ela porque ela só falava nele, e nem o havia visto! Mas via que o sentimento era verdade, e decidi apoiar. Mas acontece que esse não foi o único motivo de brigas. Aliás, outro motivo de brigas, foi justamente o contrário. Quando Vitor entrou na vida dela, ainda como amigo, não tinha boas impressões sobre o que ia acontecer. Sim, ela ainda amava Augusto, e muito. Mas deixou um momento de afastamento a desmoronar, justamente em cima de Vitor, que era quem estava por perto. Ela não aguenta distâncias, e Coraline sabe bem disso. Aliás, são melhores amigas, já que Angelina se afastou um pouco por causa de faculdade e todo o resto... Aliás, esse tem sido o principal motivo de afastamento e depressão de Laura. Ela precisa, mais que tudo, dos amigos por perto, mas eu já falei pra ela que não somos nós que estamos nos afastando dela, e sim o contrário. A sensibilidade de Laura faz sua mente transformar simples conceitos em verdades absolutas e quando ela vê, está se decepcionando com cada uma delas. Isso é triste de se ver por fora, imagine por dentro, como ela está se sentindo! Vitor e Augusto não são os únicos problemas dela, sei disso. Ela quer se dedicar à faculdade, mas tem um namorado supostamente insuportável, um trabalho supostamente chato e amigos supostamente distantes que não deixam. Ainda mais a família, que só pra quebrar a monotonia, briga com ela de vez em quando.
Mas o principal de tudo, o que venho tentando colocar na cabecinha oca de Laura este tempo todo é que temos que aproveitar as chances que a vida nos dá. Se a vida dá um limão, faça uma caipirinha! Não se pode ficar se doendo nem lamentando por aí, temos que erguer a cabeça e enfrentar o que temos agora, para não sofrer! A vida é única, temos que fazer o que for possível para ir em busca da felicidade, e tomar cuidado com as falsas felicidades, que nos rondam o tempo todo...
Agradeço todas as dicas, conselhos e palavras bondosas que Laura me deu, mas agora é ela quem está precisando de ajuda... E estaremos sempre aqui, eu, Coraline, Angelina, Gisele e Mirela, dispostos a ajudá-la e dar o nosso carinho, pois amigos são para sempre!

Ah, Coraline, me desculpe esta invasão ;)

domingo, 5 de junho de 2011

Anonymous

"Nunca senti o seu cheiro, nunca senti o seu calor, muito menos o gosto do seu beijo. Muitas pessoas desistiriam facilmente, mas eu não. Eu realmente amo você, e tenho certeza que nunca vou desistir de te tocar. A minha vida passou a ter algum significado depois que eu te conheci. O meu amor por você ultrapassa toda essa distância que nos separa. É uma tarefa difícil, tanto para mim, quanto para você. Não estar ao seu lado pra te ajudar, te ouvir, te aquecer ao frio. Mas você me faz feliz amor, mesmo sem nunca ter visto a figura suave do seu rosto, te amar é a melhor coisa do mundo ! Enfim, eu prometo que se um dia eu te encontrar, vou te mostrar que valeu a pena me esperar. Vou te mostrar que ninguém mais é capaz de te amar, te conhecer, te entender, do que eu. Você é a menina ideal pra mim, e não só agora que somos jovens, mas por toda a vida. Mesmo que não dure a vida toda, vai fazer a diferença, vou levar comigo cada momento contigo. Vou te levar comigo por onde eu for. Eu não consigo descrever o que eu sinto, não sei expressar todo esse amor que não cabe mais dentro de mim, eu preciso dividir isso contigo, o mais rápido possível ... minha princesa ! ♥ "

Era apenas um trecho de uma carta que Laura sonhou ter recebido dele. Augusto.
Tanto tempo se passara, aliás, já não sabia distinguir o tempo dos recentes acontecimentos ... tudo estava tão intrigantemente diferente.

Seus sonhos estavam pretos, vazios. Outrora eram alucinantes, semelhantes à efeitos dos LSD's usados em demasia por Jim Morrison. Mas nada, tinha certeza de que nada no mundo, seria tão delicioso do que abrir uma carta endereçada à ela, mesmo que sem remetente, mas que ao ler seu coração soubesse logo na primeira palavra escrita, de que era de Augusto aquela letra. Não sabe descrever em como reagiria, como se sentiria se um dia isso acontecesse. Mas enquanto não acontece, ela ainda sente a esperança de que, ao chegar em casa e olhar a caixa do correio, lá estará ela, selada e destinada à Laura.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Break on through

Logo numa tarde de quinta-feira, com o sol cegando seus olhos e aquecendo sua pele ela está sentada em sua cama à companhia de um computador, chocolates e Ah-Ha. Pensa sobre tudo. TUDO. É difíci assumir que existe um fim e ainda pior, que seja o seu fim. Eles assistiram ao próprio final.

Hoje ela não sbae mais o que falar sobre. As lembranças existem, claro, mas e as vivências ? Os dizeres ensaiados através de sonhos e aqueles ditos em frente ao espelho ? Algumas palavras foram ditas quando se viram, outras, ficaram presas ao roteiro escrito pelo criador do plano e seu diretor.

A palavra "acabou" ou "é o nosso final" não foi dita, mas sabiam exatamente que chegara o momento e ela aquele. Já não mantinham contato, já não se falavam, pouco (quase nunca) se viam... o jeito encontrado foi, literalmente, parar com tudo. Evitar se verem, se falarem, ligarem ou qualquer outro tipo de meio de comunicação. Não tinha como prosseguir algo que já havia sido esquecido, então o correto era manter a ideia e fazer o que seria melhor. Mas nessas horas nem sempre o melhor é o certo, ou vice-versa. Nunca sabem o que fazer depois que tomam uma decisão e é sempre "aquela decisão" que, digamos, estraga o relacionamento ou o pouco que dele sobrou.
O que aconteceu antes fora quebrado.

domingo, 17 de abril de 2011

Jealousy

Seus sonhos já não eram mais tão doces e surreais, estavam se tornando em momentos tristes, momentos que ela não queria que acontecessem, momentos sempre negados e inimagináveis.
Victor se aproximara, de novo, como um furacão, tirando tudo de sua frente, para, mais uma vez, tentar manter seu relacionamento. Laura não sabia mais o que pensar muito menos o que fazer. Eram tantas pessoas cobrando tudo dela, até eu estava cobrando sua amizade e um pouco de seu tempo pra nos vermos e colocar a conversa em dia. Fernando e Angelina já nem tentavam, pois segundo eles, era caso perdido. Infelizmente, no momento, pouco importava o que todos diziam, Laura era impenetrável e imutável.
Falavam, falavam e falavam e para o desespero e desapego de todos, ela não respondia, não mantinha uma idéia fixa. Ela não mantinha nada. Agora pergunto: o que ela fazia se não fazia nada do qual pudesse mudar ?

Just breath.

Sentia ciúme. Sentia raiva. Tristeza. Mágoa. Tontura e enxaquecas cada vez piores. Não sentia fome, seu estômago revirava. Sua cabeça, latejava com cada piscar de olhos. Ela se deixou cair, se enfraqueceu. Sabia o quanto estava sozinha. Sabia, principalmente, que seria assim por muito tempo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Trough the glass

No calor da noite você está observando através da janela, os barulhos que te incomodam. Te olho de perfil e aquele rosto tão sereno e calmo, com aquele olhar vago fixado num ponto aleatório do lado de fora da janela, me paralisam.
A lua brilha nos teus olhos e nada além de sua luz ilumina a sala. Tão lindo. Ficaria horas, dias admirando a visão e me alimentando dela. Os minutos passam tão rápidos que o relógio anuncia 23h. Calmamente, suas mãos fecham a janela, puxam a cortina, respira fundo e vira-se lentamente. "Hora de dormir" fala com a voz rouca denunciando o sono. Caminha em direção ao quarto apagando as luzes do corredor. Entra em seu quarto, vai no guarda-roupa e pega seu pijama dobrado apressadamente naquela manhã e veste-o. A hora passava e fazia tudo isso com calma. Trocado, vai arrumar sua cama. Esticando os lençóis, percebe o quanto sentia falta.
Nauseado de sono, deita-se, deixando apenas a luz da lua iluminar parcialmente seu quarto. Chateado tenta fechar os olhos e não mais pensar. Obriga seus pensamentos a se enterrarem, a sumirem e a garantirem uma noite onde possa descansar sua mente.


Laura acorda assustada no meio da noite, por mais uma vez, seus sentimentos voaram a kilometros de distância e encontrarem um coração desiludido e magoado. O coração dele.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

And tonight we can truly say

Vários dias se passaram tão demoradamente que mal podia acreditar. Fernando e Angelina ausentes, eu trabalhando e estudando e bem perdida no desenvolvimento dos meus trabalhos e nas datas de entrega. E Laura, como estaria ? Eu mal podia imaginar como estava. Na última vez que nos falamos ela parecia estar um tanto quanto bem, eu diria serena, paciente e na minha opinião, esperando algo acontecer.
Esse algo acontecer eu não tenho absoluta certeza, mas deduzia de que assunto se tratava ... ele. Laura comentou comigo há uns dias que não estavam bem, as brigas e desentendimentos aconteciam em espaços curtos de tempo e se sentia tão distante, tão alheia ... Pra ajudar a situação, seu humor não era dos melhores, entediava-se facilmente, o stress era maldito, queixava-se de tudo e de todos, sentia-se sufocada a cada frase que ouvia a seu respeito, sentia-se mal, fraca, inútil. Victor reclamava de sua postura e comportamento como namorada, como se ela devesse seguir regras presentes no "manual de relacionamentos", dizia que não iria aguentar essa situação por mais tempo e que um ponto final seria bom.
Em decorrência dos acontecimentos recentes à Laura, um tempo pros dois, seria mais do que bom, seria necessário. Esse tempo viria em boa hora, viria para anunciar um novo começo, um suspiro de renovação e alívio.
O sentimento dela para com Victor estava se transformando em algo resumido a afeto e amizade e quando um relacionamento chega a esse ponto, para que não se deteriore em tristeza e raiva, o tempo é um ótimo aliado. Estava convicta já, carecia dessa palavrinha e de seu significado: TEMPO. E foi só comentar com Victor do que queria que iniciava-se a 3ª Guerra Mundial no seu relacionamento. "Porque TEMPO ? TEMPO pra mim é terminar, porque não fala que quer terminar logo ? Acho que tá com tanto medo que não tem coragem de falar isso na minha cara!" Victor disse. Impossível manter a calma nessas horas na condições em que Laura se encontrava. Respirou e manteve-se calada durante toda a conversa, apenas digerindo aquelas palavras. Não ligou nem tampouco conversou com ele durante um, dois dias. Ao logar em seu messenger, Victor a chamou e "press start for a new fight" e o pavio curto de Laura se acendeu e explodiu ... "EU QUERO UM TEMPO VICTOR !" e saiu. Sentiu um choque passando pela espinha até as pernas, respirou fundo e foi dormir. No dia seguinte, seu dedo anelar da mão direita encontrava-se sozinho pois a aliança estava guardada em casa.

Marcado o fim e início

segunda-feira, 28 de março de 2011

When the sun goes down

Me dê mais uma chance de poder te fazer feliz, é tudo o que eu peço, é tudo o que eu quero. É por você, sendo você, que me deixa com vontade de estar sempre ao seu lado. Eu sinto que o que você quer, é a mesma coisa que eu quero. Como já dissemos há tempos, somos pedaços da mesma alma, que juntas, se completam. Passado é passado e como o próprio nome diz já passou e só vale a pena lembrar do que foi bom, do que aprendemos e do que ensinamos.
Eu sempre que imagino meu futuro, não consigo pensar em pessoa melhor para estar junto do que você. Face a face, os olhos se encontram e se enchem de lágrimas ... pois já se passou muito tempo.

A única coisa que peço, é que nossas vidas se cruzem de novo e nos permitam construir uma história juntos ...

sexta-feira, 25 de março de 2011

As vezes fico com saudade ...



Eu exagero nas palavras, mas nos meus versos eu só encontro você (eu sonho só pra te ver).



Pois eu sei, que você quer viver comigo outra vez. Que você quer viver ao lado meu, até a luz do sol se apagar.

enquanto houver ar pra respirar ...

domingo, 20 de março de 2011

Like you stole me


E nada poderia ser tão bom quanto uma tarde fria e nublada de domingo. Estavam sentados na sala, vendo um filme escolhido aleatoriamente por dedos não muito interessados em saber que tipo de enredo ou que ator estava portagonizando a trama. Suspense, terror, drama, comédia, romance, documentário, musical ... isso realmente não importava para aqueles dois jovens que visavam a televisão com atenção mínima.
Laura é apaixonada por cinema, mas nesse dia pensou "quem precisa de cinema quando tenho algo tão melhor do meu lado".

O clima da tarde era denunciado por uma fresta da janela aberta e pelo bater de dentes de Laura que logo, começariam a irritar a ambos. Ele, ao ouvir, percebeu que também estava com frio. Pausou o filme que não era nem assistido, fechou a janela, apagou a luz para que só a televisão iluminasse o ambiente e foi até o quarto buscar um cobertor. Ao chegar a encontrou sentada no sofá esperando-o com um sorriso tímido. Agora estavam aquecidos e voltando aquela atenção mínima ao filme.

Laura virou-se à sua direita, onde ele estava, e passou a observá-lo. Apreciadora de arte contemporânea e renascentista, admirava-se com as linhas do rosto dele em perfil. Ao perceber que havia sido descoberta, não escondeu o rosto timidamente, apenas se deixou levar pelos impulsos ... seus olhos curiosos encontraram os sonhos dentro dos olhos dele. Sabia o que aquilo significava, sabia o que aconteceria e estava pronta. Castanhos e dilatados, umedeciam-se com cada piscar. Ele, instintivamente, levantou sua mão e a levou ao rosto de Laura e disse "somos só nós dois agora, hoje e pra sempre". Dois pares de olhos se encheram de lágrimas porque agora haviam selado algo novo, algo deles. Ela, foi aos poucos se aproximando dele até ouvir seus batimentos, e ouvindo, adormeceu.

E ali permaneceram até o nascer do sol.


... se tudo isso não fosse um sonho ...

quinta-feira, 10 de março de 2011

You probably couldn't see for the lights, but you're staring straight at me

Há uns dias ausente, mas isso não significa que "coisas melhores aconteceram que resolvi abandonar tudo", definitivamente não. Algo chamado responsabilidade e maturidade está em processo de transformação na minha matéria. Como se já não bastasse o tempo passar tão rápido, não pude falar pessoalmente com Laura esses dias. Como na última vez, tive notícias dela pela minha mãe que encontrou a mãe dela e assim vai ... Me disse que estava bem, conciliando trabalho e faculdade. Mas uma coisa me intrigou, uma coisa que minha mãe comentou e nem percebeu e que eu conheço muito bem e, infelizmente, não vou comentar agora, não é o momento.

Laura imagina que nós, seus amigos, não sabemos de absolutamente nada mas Fernando e eu, em especial, possuímos uma capacidade imensa de adivinhar o que se passa naquela cabecinha pensativa. Vítor. Augusto. Seus pais. O que seus amigos pensavam dela agora, por ter se afastado deles pela falta de tempo. O que seu coração diria à ela pelo mal que fez à ele. Sua consciência pesaria caso tomasse alguma decisão precipitada ? Ou ficaria tranquila por ter colocado um ponto final nos problemas e dado a chance de iniciar um momento novo em sua vida. Queria respostas e queria logo. Queria mais atitude partindo dela, queria reações implícitas de suas ações. Queria enxergar além, adivinhar o que viria mas era incapaz disso e aceitava viver nas surpresas porque no final, assim preferia.

E, pelo que a conheço, assim seria.

quarta-feira, 9 de março de 2011

You're the one thing I've got right ...



the only one I let inside now I can breathe 'cause you're here with me

E se eu te decepcionar, eu voltaria tudo porque eu nunca deixarei você ir. Eu serei tudo que você quer, e me recompor porque você não me deixa cair aos pedaços. Toda a minha vida, eu estarei com você para sempre, para te levar durante os dias e fazer tudo ficar bem.

Acabei lendo isso num caderno antigo de Laura quando fui na casa dela uma vez. Com uma caligrafia pesada e inclinada levemente à direita, escrita com uma caneta azul ponta 0.4, ela escrevia numa folha pautada esses dizeres destinados àquele que mesmo sem conhecer, se tornara alguém que vivia dentro de seu coração. Gostava de balbuciar seu nome quando se sentia sozinha, era normal vê-la fazendo isso. Laura sentia necessidade de ser intensa, de receber sentimentos intensos. Gostava de arrepiar-se ao sentir uma pessoa. Era só assim que ela conseguia distinguir um complexo "amar" de "gostar". Podem pensar loucuras dela, mas ela se deixava levar pelos seus pensamentos, tinha uma imaginação digna de um Antoine de Saint-Exupéry. Escrevia, escrevia, escrevia. Passava dias escrevendo inúmeras cartas àquele que quando visse, não lembraria de uma palavra sequer. Seu cérebro deveria ter recorrido à um psicólogo ou neurologista, pois nunca viveu de tantas sinapses seguidas como naqueles momentos. Era mágico ... mas doloroso. Viveria de utopias, até que um dia todas elas se realizassem e se transformassem em um vida a qual ela poderia chamar de "nossa".

segunda-feira, 7 de março de 2011

I will be

"Me deixe te sentir mais uma vez essa noite. Preciso ouvir seus batimentos, sentir sua respiração próxima da minha, suas mãos quentes envolvendo as minhas, seu calor nos aquecendo enquanto dormimos. Me deixe sonhar, imaginar em como seria se fosse nós dois. Você me dá razões, razões fortes para querer fugir de tudo isso que eu, hoje, chamo de mundo. Quero descobrir como é o seu mundo mas quero que VOCÊ e apenas você me mostre. Chega de aventuras, chega de infantilidades e carpe diem ... agora o que eu preciso é do meu fugere urbem e encontrar você. Não quero mais desperdiçar oportunidades. Quero ser alguém, alguém pelo qual se orgulhe em dizer 'sim, eu estou com ela e sim, ela se tornou essa pessoa maravilhosa'. Eu conheço monstros. EU os criei. Sou sua progenitora e mentora. Esses monstros são fantasmas que agora, me fazem companhia e se acostumaram tanto com minha mórbida presença que acham que sou uma deles. Preciso fazer com que eles entendam que mesmo eu os tendo criado tenho que destruí-los pois assim poderei viver em paz, com você. Preciso por meus pés no chão e entender o porque de tudo isso, o porque de tudo ter acontecido. Mas até isso acontecer, eu continuo aqui, com meus fantasmas, procurando respostas e esperando o dia em que você me olhar e disser "vem que o pior já passou, seremos você e eu a partir de agora, minha Laura"


But that's not why I love you


Eu não tenho certeza que você sabe que a razão que eu te amo é você, sendo você, só você. Sim, a razão de eu te amar é por tudo que nós passamos e é por isso que eu te amo.

"Augusto é você, sendo você, que me faz te amar cada vez mais. Tudo o que sentimos um pelo outro vai fazer muita diferença no dia que nos permitirmos ficar juntos. Ter uma vida nossa. Já nos machucamos no passado, mas se não era pra ser 'nós' já teríamos nos separado na primeira oportunidade. Temos algo ainda para viver que ainda não descobrimos, e eu quero descobrir ao seu lado. Quero que seja o primeiro a me ver levantar de todos os tombos que já levei, quero te ajudar a reeguer forças para continuar de onde paramos. Quero te ver alcançando seus sonhos, contruindo uma carreira e eu estar lá, nos bastidores, mas lá, como sua acompanhante ... Quero que seja meu alicerce duradouro, minha estrutura de pensamento e sentimento, minha razão de querer ser sempre melhor, de esperar o meu melhor e me apoiar a alcançá-lo. Quero tudo o que esteja reservado a nós, quero ser mais do que uma mulher feliz ao seu lado. Quero poder sentir sua falta quando estiver longe e sentir meu coração acelerando e me deixando sem fôlego quando disser "Laura, estou chegando para você meu amor". Quero que sinta minha falta e quando me ver, que deixe em seus olhos expressa toda a saudade e que eu saiba exatamente como recompensar. Sentir seus lábios ternos nos meus clamando toda a saudade e o tempo que estivemos longe. Quero que me roube para você. Quero ser sua menina, sua mulher e sua amiga, pois você significa tudo isso pra mim. E espero o tempo que for pra começarmos a nossa vida, porque eu te amo."

quinta-feira, 3 de março de 2011

Please, don't get me wrong



Talvez se meu coração parar de bater, não vai doer tanto. E nunca vou ter a resposta mais uma vez a ninguém. Por favor, não me leve a mal. Porque eu nunca vou deixar isso ir, mas eu não consigo encontrar as palavras para te dizer ... Eu não quero ficar sozinha, mas agora eu sinto como se eu não te conhecesse.


Laura passava, agora, os dias na relutância vã de tentar digerir tudo o que aconteceu em apenas, bom, menos de duas semanas. De um lado, conforme o andar da carruagem, sentia que o destino, ou aquele que pensou detalhadamente sobre o plano, estava conspirando a favor. Já do outro, não tinha essa mesma sorte. Victor e Laura não se entendiam mais, e nem se falavam tanto quanto no mês passado ou retrasado. Sentia medo de dar passos em falsos, de machucar uma alma, de ser responsável por alguma desgraça. Fazia dias que não nos falávamos. Fiquei sabendo de tudo isso graças à amizade duradoura de nossas mães. Agora, Laura e eu trabalhávamos e estudávamos e nos restava pouquíssimo tempo para conversar, sair juntas e reunir os amigos. Fernando, nosso best friend, reclamava que há tempos não nos via, não via o resto do pessoal mas ele sabia que agora cada um seguia um caminho. Eu sentia falta dos meus amigos, Laura também.

Na verdade, esse ano estava sendo difícil. Difícil pela falta de várias pessoas. Todos estávamos cansados da vida de colégio e ansiosos para uma vida completamente nova. A vida nova tem seus preços e começamos a pagar por eles. Um grupo de amigos razoavelmente pequeno, mas unido, hoje está disperso. Laura queria seus amigos de volta, mas do jeito que eles eram antigamente, ou pelo menos que alguns voltassem a ser assim. Eu, eu apenas queria meus amigos de volta e um sorriso no rosto corado de Laura.

Nossa protagonista estava ficando carente a cada passar de dias. Carente de pessoas, dos seus pais, sua família. Saudade da avó que a esperava para almoçar e conversavam durante horas. Saudade de acordar num domingo cedo, descer as escadas e ao chegar na cozinha ver seus pais conversando, se entendendo, se unindo, sendo uma família e a famosa voz de John Forgety liderando a banda preferida de seu pai, Credeence Clearwater Revival cantando "Proud Mary".

E Augusto ? Sentia-se a milhas de distância, uma saudade fora do comum misturada com uma vontade imensa de olhar naqueles olhos e dizer "vou estar pra sempre com você, ao seu lado, que é aonde eu quero estar se me permitir". Tinha tantas coisas para falar. Tinham tanta coisa para viverem juntos. Queriam isso. Queriam se permitir levar pela saudade e vivenciar tudo o que idealizaram desde antes. Era um direito deles, uma vontade, um sonho ... Queriam ser apenas Augusto e Laura.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Let me know is your heart still beating






Aquele que foi ferido pela cegueira
Não pode, por isso, esquecer que perdeu o precioso tesouro da sua vista...
"Tu não podes ensinar-me a esquecer"


William Shakespeare, Romeu e Julieta

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

All I wanted



Pense em mim quando você estiver fora, quando você estiver lá fora
Eu irei te implorar de joelhos
Quando o mundo te trata de uma forma tão razoável
É uma vergonha, eu sou um sonho

Tudo que eu queria era você

Acho que eu vou percorrer meu apartamento algumas vezes
E cair no sono no sofá
E acordar cedo para reprises em preto e branco
Que escaparam da minha boca

Tudo que eu queria era você

Eu poderia te seguir até o começo
E apenas reviver o início
E talvez depois nós lembraremos de desacelerar
todas as nossas partes favoritas

Tudo que eu queria era você

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Undercover the darkness

Passados uns dias, Laura percebeu que sua "vida" estava caminhando rumo à normalidade, o que significava um bom sinal aparentemente. Nada de desapegos, discussões ou tristezas. Estava de férias da faculdade, agora iria cursar o segundo ano de Arquitetura, pela extrema felicidade e orgulho de seus pais. Laura estava construindo seu futuro. Agora trabalhava, pagava seus gastos, mantinha seu padrão, ajudava os pais, estudava a noite ... enfim, uma filha normal para uma família normal.

Em sete de fereveiro completou 19 anos e como combinado no ano anterior, não fariam festa em decorrência aos shows que iria no começo desse semestre. "Nada de gastos excessivos Laura" disse seu pai. Para completar o seu presente de aniversário só restava comprar o ingresso de uma de suas bandas preferidas: Motörhead. Julian Casablancas, sem ao menos imaginar da grande notícia que daria à ela, postou no site oficial de sua banda (pra quem não sabe, Casablancas é vocalista dos Strokes) que disponibilizaria, gratuitamente, o download do novo single do álbum recém gravado no dia do anoversário da Laura. Era felicidade demais a uma pessoa só.

Dois dias antes, quando fora a formatura de sua prima, Victor a visitou. Os dois iam juntos na formatura. Na chegada, Laura mal percebeu a caixinha que ele estava segurando e muito menos lembrou qual o motivo dela estar ali, sendo segurada por Victor. Entraram, estavam vendo um filme na televisão quando Laura lembrou e perguntou "que caixinha é essa ?" "abre e veja" Victor respondeu sabendo que desde sempre Laura tenta esconder que é curiosa mas falha. E lá estava ele, novo, inquebrável, brilhante e lacrado ... "Scream" chamava. Sim, o novo cd do Príncipe das Trevas, Ozzy Osbourne. Ouviram juntos, e Laura sentia revigorar seus pensamentos ao som de "Let it die", que a propósito, virara seu hino daquele dia em diante. Nunca a vi escutar tamanho estilo musical ou se sentir tão "elétrica" naquele momento.
Nessas horas, aconteciam as chamadas injeções de adrenalina que ela tanto amava ... mas sabia, que dentro, o seu coração estava vazio. Sim, vazio. Faltava alguma coisa pra marcar seu aniversário. Faltava ele ...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A white demon love song



" White demon love song on the hall. White demon shadow on the road. Back up your mind there is a call, he isn't coming after all of this time. She likes the way he sings ... white demon love songs in her dreams.
White demon where's your selfish kiss? White demon sorrow will arrange, let's not forget about the fear, black invitation to a place that cannot change while strangely holy, come pouring rain "


Uma das músicas mais escutadas por Laura em qualquer momento, seja bom ou ruim. Porque ? Porque significava muito pra ela sentir-se próxima do seu "demônio". Augusto, por favor, se ler, não leve para o lado ofensivo, é apenas uma analogia, analise pelo sentido figurado do trecho.

Ao chegar em casa, via-se diferente, sentia-se assim. Cada músculo do seu corpo clamando por uma boa dose de loucura e insanidade. Aqueles dias vazios aos quais passara longe de alguém, se tornaram escuros, difíceis de digerir e talvez assim, encontrar alguma luz. Não era de seu feitio fazer-se de vítima, mas nessa hora desejou intensamente ser aquela pela qual fora o motivo da viagem relâmpago de Augusto. Ser aquela pela qual ele se sujeitou a horas dentro de um ônibus, numa viagem de madrugada para vê-la. Seus olhos não mais estavam castanhos, eram rubros. Rubros da cor de sangue, o seu sangue, o que lhe dava movimento, às vezes aquelas injeçõezinhas de adrenalina que tanto gostava. Aquela sensação era impagável. Podemos dizer que Laura era viciada em adrenalina correndo nas veias e a sentia percorrer cada célula, destruindo as fracas e fortalecendo as sobreviventes. Quando pensava em Augusto, sentia isso, e consequentemente o vício fora se aumentando.

Mas para todo louco e viciado há uma cura ou uma reversão. No caso de Laura a reversão era Victor. Todo aquele ardor de vontade enfraquecia quando ele estava por perto e era rapidamente substituído pelo torpor, uma dor no peito que uma vez se deixou pensar que fosse infarte mas logo se recompos e indagou que era terminantemente loucura imaginar uma coisa dessas. A dor era pela ausência de um, presença de outro. Voz de um e a de outro percorrendo sua cabeça. o que um dizia era exatamente o que queria ouvir do outro e assim por diante. O sentimento de culpa a invadia e logo aquela palavrinha que nos faz sentir pior ainda e incapazes de mudar "porque ?". Queria seu demônio branco cantando canções num sussurro apenas e exclusivamente pra ela, queria sentir sua pele arrepiar com a voz que entrava em sua mente. Queria tudo o que poderia ser seu de direito e mais bônus. Queria combos de beijos, abraços quentes e afáveis e aquele cheiro inconfundível... queria alguém pelo qual pudesse chamar de amor ...

Dark of the matinée



Era numa sexta-feira de manhã quando o relógio despertou as seis e vinte. Viu na cabeceira uns comprimidos de dramin e lembrou que tinha tomado um antes de dormir. Naquela noite, sua cabeça mal trabalhara, mal sonhara e isso, naquela altura da luta contra seus sonhos, era vitória.

Laura agora trabalhava numa metalurgica, era ajudante financeira da parte administrativa da empresa e estava ali há exatos 11 dias. Saia de casa em tempo de não pegar trânsito e chegar cedo no trabalho pois aproveitava a carona dos pais. Logo que chegou na portaria, sentiu seu celular vibrar mas pensou "eu apertei o botão 'soneca' ao invés de desligar, droga!". Subiu as escadas e sentiu de novo. Após colocar sua bolsa na mesa a fim de procurar o celular, enfim vê o que era: duas novas mensagens. "Só porque não coloquei crédito esse mês" divagou ... mas dessas vez não era aviso ou bônus, era dele. Augusto dera sinal de vida logo de manhã e amaldiçoado o dia quando ela gastou o pouco de crédito que tinha em sms para Julia. Dizia que estava voltando para casa e estava bem e perguntou como ela estava. Desesperada por ver os sms quase duas horas depois, Laura entrou discretamente na sua caixa de entrada de e-mails e respondeu.

TUM-TUM-TUM-TUM e mais rápido. Engoliu as batidas pesadas de seu coração enquanto sentia o bombear cada vez mais perto de sua garganta. "Ele voltou hoje, nem acredito ... tava com tanta saudade" pensou alto. Sentiu sua mão ir automaticamente para o ícone "enviar e-mail" e só aí, conseguiu recuperar seu fôlego.

Sua cabeça rodava, rodava, estava difícil de se concentrar e tinha muita coisa pra organizar nas pastas. Não parava de olhar o relógio mas quanto mais o via, mais os ponteiros trabalhavam preguiçosamente, parece que os ouvia marcar os segundos. Era tarde, quase na hora de ir embora. Nessas horas ele poderia estar online, poderiam conversar, matar aquela saudade trancafiada de dias em algumas horas e poderia dormir em paz, sabendo que ele está bem.

Ela já imaginara o dia inteiro só por ler aquelas duas mensagens de Augusto...
E sabia como se sentiria se acontecesse, aquela tarde seriam deles e de mais ninguém. Seriam um do outro, com atenções exclusivas e recíprocas, seriam somente eles naquela tarde chuvosa de janeiro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Miss nothing



Laura, hoje, estava mais distante do que nos dias anteriores. Não queria ninguém. Queria o silêncio. O sussurrar já era muito para seus ouvidos. Ficou extremamente irritada com o toque do telefone e depois pelos berros de sua mão ao atendê-lo. "Será que ninguém respeita um pedido dos outros ou todos aqui em casa são insensíveis ?" pensou.

Eu liguei pra ela no começo da tarde, antes da chuva de verão. Ela não atendeu na primeira tentativa, nem na segunda, terceira, quarta ... sétima consegui ouvir o "alô". Conseguimos conversar por cerca de 3 minutos e sua voz estava falha, rouca, como quem havia parado de exercer a voz.

...
...
...

Nessas horas, eu mais do que ninguém sabia exatamente o que ela queria ... um pouco de altividade, histeria e aventura.

Take my hands off of yours eyes to soon



Pare e espere um segundo.
Quando você olha para mim assim,
Minha querida, o que você esperava?
Eu provavelmente ainda adoro você
Com suas mãos em meu pescoço.
Ou adorava da última vez que chequei.

{...}

Mas eu desmorono completamente quando você chora
Parece que mais uma vez você tem que me receber com um adeus
Eu estou sempre a ponto de acabar com a surpresa
Tirando minhas mãos dos seus olhos cedo demais


E assim Laura passava os dias. Cada vez mais reclusa, tentando esconder até de si os próprios pensamentos, que segundo ela, no momento, eram constantes e difíceis de controlar. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde tudo ia explodir, alguma coisa ia acabar e seria dela a decisão final de sim ou não. O que ela não sabia era como agir perante isso. Vitor era um bom amigo, como namorado aí é outra história. Eu o conheci e digo nunca o vi triste ou abalado, a não ser as vezes que ele e Laura discutiam mas isso não é da minha conta e sinto dizer, nem de ninguém. Faz seis dias desde a última vez que ela veio em casa e conversamos, falamos muito em poucas palavras. Vitor me perguntara o que estava acontecendo com ela e o máximo que consegui dizer fora "ela precisa de tempo". Quem vê os dois juntos, não sabe o que é ter uma cãimbra de tanto sorrir, rir e rir. Digamos que Vitor é um pouco aluado, fora da órbita ... mas até ele notou as mudanças de Laura e ficou bem preocupado, tanto que veio me perguntar porque. Eu não ia trair a confiança da minha melhor amiga e nem mentir pro namorado dela que era meu amigo também ... mas ela precisava de tempo. Precisava respirar, sentir seus pulmões cheios e o oxigênio filtrando cada célula do seu corpo. Por mais que fugisse do sol, queria sentir a luz, as radiações queimando sua pele e fazendo o seu trabalho... FILTRANDO ... RENOVANDO ... mas tudo o que é bom, sempre tem um lado negativo, nesse caso era mais um lado reflexivo. "Onde fora Augusto ?" Laura pensava.

Esses seis dias pareciam castigo, uma punição. O tempo não ajudava, se tornara seu inimigo tanto quanto às lembranças. Por mais que Vitor tenha compreendido essa fase de Laura e a deixou respirar, Augusto não saía de sua cabeça. A pior parte era quando ia dormir, várias lembranças numa só, tudo ao mesmo tempo, muitos sentimentos juntos e a adrenalina correndo em suas veias ... "não !" pensava, mas como controlar algo que sua mente criava ? Sua mente queria essas lembranças, queria que elas voltassem e a assombrassem. Era um desejo antigo, avassalador eu diria. Mesmo que Laura evitasse pensar nele porque isso a deixava vulnerável demais, era algo que ela gostava, deliciava-se nos pensamentos, permitia que eles a levassem num abismo e depois a trouxessem de volta à superfície. O problema é que isso se tornava frequente e ela, inutilmente, tentava lutar contra.

Não era um desprazer, mas sim um amor próprio que ela tentava criar.
Quando o sol irradiava seu quarto através da janela e ela abria os olhos a única coisa que se permitia pensar era em como tudo seria melhor se fosse conforme o plano ...

sábado, 15 de janeiro de 2011

You



Ela foi embora.
Disse apenas uma coisa que me intrigara quando saiu "agora eu entendi". Demorei a analisar o que aquele "agora eu entendi" significaria e confesso ainda, temia por suas escolhas. Ela escolhia conforme o coração lhe mandava, conforme a vontade dele não a dela. Laura era inexplicavelmente movida pelas vontades mimadas daqueles batimentos insanos. Bom, uma coisa posso afirmar, havia momentos dos quais eu, Julia, sentia ciúme dela. Sim, ciúme.

Laura tinha tudo no começo, mas era humildemente calada para se vangloriar por aí porque isso não era de seu feitio. Ela tinha tudo até perceber o que realmente era seu de verdade: suas palavras e seus sentimentos. Augusto se tornava, desde o dia que tiveram uma conversa complicada, cada vez mais distante, mais impossível e isso estava acabando mortalmente com Laura e suas esperanças morriam a cada dia. Quando ela disse que tinha "entendido" eu logo pensei na história deles, como tudo começou e como estavam agora... Laura recebeu uma pista. A pista fora dada pelo seu coração, aquele pelo qual vivia em árduo conflito. Percebeu que, pelo fato de ser difícil esquecer tudo o que passaram, consequentemente esquecer para tentar viver uma vida nova era pior do que imaginava. Ela sentia falta de coisas que hoje não eram mais suas, pertenciam a outra parte do plano. Era carente das ações de Augusto ... nunca encontrou alguém parecido. Gostava das coisas silenciosas, dos toques aveludados, das vozes solenes e lentas, dos piscares de olhos mais sonolentos, do cabelo bagunçadinho quando acordava, das risadinhas com intenções de serem maliciosas mas ao invés disso, se tornaram deliciosamente tentadoras ... Quando chegou em casa, nesse dia, sentiu uma necessidade avassaladora de reviver de novo o momento em que se abraçaram. " Aquele feito especialmente pra mim " pensou. Na cabeça dela, bom, abraços tem tamanho e pessoas dos quais se encaixam. O abraço de Augusto tinha o seu tamanho exato. Queria afagar-lhe os cabelos e logo que os braços se cruzassem e aquela corrente elétrica percorresse seus corpos e os eletrocutasse de tanta saudade, um dos dois dissesse " Está tudo bem. Estou aqui para te proteger e sempre vou ficar do seu lado ".

Entendeu naquele breve lapso de necessidade que foi capaz de abrir mão de uma futuro certo, sincero e fiel, para um que ainda depois de 10 meses, mal sabia se era o "correto".

Augusto, se ainda estiver acompanhando sua história, por favor, me intrometo em nome da Laura e pergunto: ainda se lembra da reação que teve ao abraçá-la ?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Red right hand



Ficamos num silêncio absoluto. Eu a olhava e ela mantinha o olhar fixo na janela, achava graça do balançar revolto do vento nas copas das árvores que davam para ser vistas pelo quintal da minha casa. Não havia palavras naquele momento, nada se comparava a dor que ela sentia e ao desespero que me passava. Naquela hora eu pensei "e se fosse comigo ? Como aguentaria ?" Eu simplesmente não sei responder, mas me coloco no lugar de Laura apenas para refletir. Ela amou intensamente e se culpa por amar duas pessoas. Como amar duas pessoas ? Mesmo diferentes, aliás o correto seria COMPLETAMENTE, cada um possuía algo que ela queria, algo que a deixava viva, algo que a alimentava. Augusto era simples, sincero, intenso, carinhoso, atencioso, preocupado, interessado, talentoso e tinha um grande coração, Laura o admirava muito. Vitor era um oposto extremo, excêntrico, marcante, contagiante e extrovertido, não existia hora ruim, aventureiro, um extinto nato de viver o momento intensamente sem desperdiçar nada. Laura sentia a energia que emanava quando estava com ele. Uma coisa, segundo o que ela me confessara era que analisando (e sem querer, infelizmente, comparando) era difícil se ter uma noção, ela sentia que tinha que passar por isso, tinha que entender a necessidade dos acontecimentos em sua vida e aos obstáculos que aquele plano lhe pregara. O que hoje a faz pagar por suas escolhas seria talvez a ingenuidade e a insegurança de ser esquecida em meio às pessoas, porque o que lhe amedrontava no passado, já era passado, hoje ela vivia sociavelmente, tinha amigos que se preocupavam o suficiente para lhe deixarem até com vergonha com as perguntas íntimas ... não queria mais viver como vivia há 15, 16 anos atrás.

Naquele momento, no arfar de respirações profundas super oxigenadas estava difícil contar com alguma ideia, alguma atitude. Eu sabia que ela veio me procurar esperando respostas, ou simples explicações para tudo aquilo mas eu, com o pouco de experiência que tinha me reduzia apenas a participar da conversa e me sensibilizar conforme ia me colocando no lugar dela.

Ela quer ser feliz, disso tenho certeza, não há nada que possa negar tal afirmação. Mas seus fantasmas, que durante alguns anos ficaram esquecidos pelo tempo, agora, lutavam para sair e retornarem a seus postos e o que eu consegui dizer naquela hora fora "lute Laura ! Lute contra eles ! Estenda a mão e dê um basta nisso ! Você sabe do que eu estou falando e tenho certeza que consegue ... basta querer !". Laura me revidou com um simples "nem sempre querer é poder Julia ... ".

Agora entendo. Laura estava passando por conflitos psicológicos entre o seu querer e o seu poder. Queria alguém, mas tinha alguém. Queria mas se continuasse assim, não poderia tê-lo. Tinha alguém ... mas, certas atitudes a faziam pensar seriamente se era aquilo que ela realmente queria.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Phrazes for the young

Foi realmente difícil compreender o que Laura me dizia, eram palavras em meios a respirações pesadas e soluços ou lapsos de choro. Mas minha paciência, naquele momento, estava se aumentando conforme o decorrer da conversa, senti que ela precisava de um ombro amigo, um apoio, uma alma pra se encontrar. "Julia, o que eu faço ?" Pensei por muito até não encontrar nada além de "eu não sei Laura, mas vou estar com você pra tudo".

Bom, há exatos 10 meses atrás, Laura e Vitor começaram a namorar. Sim, namorar. Tudo o que Augusto sentiu deve ser o que você está pensando ... a sensação de um mundo desmoronar, as coisas perderem o sentido, e todo aquele amor virar tristeza e algo semelhante a indignação e não aceitar a realidade. Laura sofreu o vendo sofrer, era como se atirassem pedras em brasas que queimavam cada pedaço de seu corpo. Sabia o que fazia, e que fazia errado. Namorava ainda sentindo algo por outra pessoa mas pedia ao tempo que a ajudasse, que ele fizesse seu milagre, que colocasse tudo no lugar. O tempo foi passando e Augusto acabou aceitando a atual situação de Laura. Ele compreendeu o significado de amar, ser feliz e amizade. Ela, infelizmente não sabia o que fazer.

Como é intrigante o tempo ! É mágico. Laura viu que Augusto estava namorando. Sim, ele estava namorando. E a criança teimosa volta ao lar ... o que sentiu no momento não existe descrição. Sentimentos múltiplos e intensos, tudo ao mesmo tempo agora, ia explodir, sentia isso, sua cabeça e seu coração pulsava ... era oxigênio demais pra absorver tudo. Decidiu conversar com ele e assim fez. Foi difícil, ela não aceitava de jeito algum, relutava contra seus fantasmas mas de nada adiantaria, a história já havia sido escrita por aquele que determinou o plano. O plano. "Porque ?" pensou extasiada. E repetiram a conversa até que ela voltou ao normal e refletiu sobre tudo o que passaram. Ele fora seu amigo até na hora que ela deixou de ser a amante pra ser a amiga. Grande gesto de amizade e fidelidade era aquele. Sentiu-se enjoada da própria novela que fazia, dessa história de "não aceitar" que ele também queria ser feliz e tinha encontrado alguém que acreditava que tornaria isso possível. Laura disse "fiz um pedido por vocês no Ano Novo" e realmente fez, queria a felicidade dele e saberia que nunca no mundo encontraria amigo igual ou melhor que Augusto. "Antes sua amizade do que seu desprezo" pensou. E assim foi e é até hoje.

Depois de me contar esse episódio Laura conseguiu se acalmar, percebi pela respiração. Dava pra sentir que ela precisava desabafar e eu era a única em quem ela confiava a vida ...

Home is where the heart is

Hoje, uma tarde de quinta-feira, e depois de muitos dias pensando nela, ela resolve me ligar. Disse que queria conversar, que se sentia sozinha mesmo com a casa cheia, mas nesse momento ela estava com o coração extremamente vazio. Pra quem lembra era ela, umas das principais resposáveis por esse blog não vagar no esquecimento, Laura.

"Você está ocupada ? Tem algum tempo pra mim ?" disse no telefone com a voz afagada pela respiração forte. Eu não tive como recusar, ela sempre foi minha melhor amiga, sempre esteve presente em todos os momentos importantes da minha vida, e pensando nisso eu disse apenas "Venha até minha casa e conversaremos". Senti sua respiração se acalmar e fiquei a pensar o que estaria acontecendo com ela.

Minutos mais tarde ela chegou, fui recebê-la como manda a etiqueta. Com ela eu não tenho segredos, somos um alicerce, somos feitas da mesma matéria, do mesmo pedaço de alma, somos uma só ! Logo que a vi já deduzi: o assunto de hoje era VIDA. E mesmo não estando com o humor sensível e afetuoso, tive que deixar de lado a minha apatia e escutá-la.

Subimos as escadas, estava sol, sabemos que não gostamos de sol, então sugeri que conversássemos na sala. Ela se sentou no sofá do mesmo que sentava quando era criança, de uma forma desprotegida, frágil e seus olhos emaranharam-se em lágrimas. "Julia eu não sei o que fiz com a minha vida! Estou completamente sozinha ! Parece que estou morando com estranhos, não com meus pais ! Apenas falamos o necessário, não sorrimos, não cantamos, não rimos, não vemos tv juntas, NADA !" Acho que todos já passaram por uma situação dessa, até eu, mas Laura, nunca havia presenciado nada igual, sua família era unida. "Meu coração está vazio Julia, não sei mais sentir, desaprendi ou esqueci. Me esqueceram e o clima lá em casa fez com que eu me transformasse numa pessoa amarga, ignorante e insensível. Ele não me reconhece assim". Num primeiro momento pensei QUEM não a reconhece assim mas em segundos me recuperei e lembrei: Augusto.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Dream ...



with something that cannot be hidden ... or make sure that you are alone, with nothing to hide to yourself, you are FREE. No more anger, sadness or blame's feeling. It's time to think ... and BE !

Look at the sky



Someone, please look at the sky
It's not that you have to
It's just that I want you to realize

If I were you
I'd take a look outside

Utopia


O desejo ardente de viver e vagar livre
Brilha na escuridão e cresce dentro de mim
Você está segurando minha mão, mas você não entende
Então para onde estou indo, você não estará no final


Estou sonhando em cores de ter a chance
Sonhando de tentar o romance perfeito
Na procura pela porta para abrir sua mente
Na procura pela cura da humanidade