segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Breathe underwater


Chegou em casa. A mesma rotina, mas hoje era especial. Como sua prima havia notado havia um sorriso desabrochando discretamente no seu rosto corado de vergonha e anciosidade. Estava à espera da noite. Marcaram de se encontrar mais precisamente as 19h30. Como estava cedo, aproveitou para arrumar suas coisas da escola e ajudar a mãe no jantar. Pensou "meu pai chega as 19h30 todo dia, para evitar olhar o relógio e não ficar mais aflita, espero ele chegar, assim depois eu subo". O pai demorou a chegar, consequentemente ela se atrasou. Quando logou já era mais de 20h30 e "poxa, ele já saiu e nem me esperou". Ficou mais um pouco, as vezes a internet havia caído e não voltava, ou ele esqueceu. Esqueceu dela. Era um medo, mas uma hipótese, afinal, o que ele dise na noite anterior poderia ser como educação apenas, nada pessoal, mas ela não queria pensar nisso, queria pensar que ele havia se atrasado também. Duas horas se passaram e ela estava lá, os pais já chamando pra ir dormir e ela se recusava a sair sem antes dar uma palavra com aquele que havia mudado seu dia. 22h59 ... e ele a chama. TUM - TUM - TUM - TUM acelerando cada vez mais. "Desculpa Laura, não pude te avisar mas está chovendo muito forte aqui e não posso ficar mais tempo que esses 10 minutos" ele disse, "pensei que havia se esquecido de mim, eu te esperei desde as 20h30", rebateu ela, "me desculpe, mas tá chovendo muito forte e a energia tinha caído" tentou. "Tudo bem", foi apenas isso que ela disse e se deu conta de que um dos seus maiores inimigos a partir daquele momento seria a chuva e posteriormente, a distância

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