terça-feira, 23 de novembro de 2010

Light of the morning

Se tudo tivesse acontecido conforme o plano, o que hoje é realidade, seria apenas o maior dos medos. Porque sempre há obstáculos para vencer em qualquer coisa que idealizamos. Antigamente eu era mais sonhadora, imaginava um mundo "meu", "dele", um mundo pra chamarmos de "nosso", se tudo tivesse acontecido conforme o plano.
Conforme o plano.
Plano de quem ? Deles. Daqueles que nos dão razão pra viver, que são mais do que pedaços de matéria, mais do que moléculas de carbono, mais do que qualquer explicação científica. Seria diferente. Hoje, aquela vida que antes imaginávamos, talvez, seria nossa realidade.
Certo dia, chegou em casa, estava sozinha. Os pais trabalhando, mas constumava ficar na casa dos avós até sua mãe ir buscar e perguntar-lhe como fora o dia e terem aquela conversa saudável de mãe pra filha. Como toda adolescente que faça juz à idade, adorava ficar na internet. Só não sabia o que lhe esperava aquele dia. O começo.
O relógio batia 15h ou pouco antes. Fez a mesma rotina que lhe cabia, ligou o computador e logou no messenger e no site de relacionamento. Lembrava-lhe da noite anterior quando, com a capacidade incrível de se encontrar pessoas e fazer novas amizades que o site proporcionava, havia visitado algumas pessoas, mas nada demais. Mas hoje, havia um pedido de aceitação de um garoto que se não lhe falhava a memória, havia sido visitado na noite anterior. E pra sua surpresa, contrariando sua política de recusar quem não conhecia, mas como quem vê cara não vê coração, sentiu-se segura de contrariar àquela ideologia. E como todo início de amizade começa com "oi, tudo bem ? tem msn ? beijo". Típico, mas quem nunca passou por isso ? O pedido fora aceito. Fora enviado um lembrete de aceitação "oi, tudo e você ? Está aceito, beijos". Naquela noite, os msn's foram trocados e adicionados. Ela o procurou em sua lista, como não sabia como estaria seu nickname, procurou com certo desespero até achar. "Oi" - ele disse. "Oi, tudo bem ?" - ela respondeu. E assim foi. Mas o que é bom, sempre dura tempo o suficiente para se tornar deliciosamente mortal. Menos de uma hora conversaram. E foi apenas com essa singela conversa que perceberam o quanto eram iguais, infelizmente. Manhã de quinta-feira, levanta cedo para ir à escola, aquela mesma rotina, mas hoje ela estava diferente. Sentia-se particularmente diferente. Um corte no cabelo ? Tênis novo ? Celular de última geração comprado fora do país ? Não, felizmente não. Ela ouviu algo que jamais ouvira. Ouviu um "você é muito bonita Laura". Sentia-se bonita agora porque alguém lhe olhara não como uma menina de 16 anos, cursando o 2º ano do ensino médio, mas como uma menina de verdade, alguém que podia conversar, podia começar uma amizade. Mas nem tudo é conforme o plano ...

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