quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Blue Rigde Mountains

Acordei com uma vontade enorme de gritar pro mundo. De mostrar à todos quem eu sou, do que eu sou feita. Sou igual e diferente, eu sinto diferente.
Onde estão todos aqueles que falavam "estarei sempre do seu lado não importa o que aconteça" "me ligue, não importa a hora"? As mãos santas, as palavras confortantes, os abraços protetores e afáveis, os olhos singelos e cálidos que observam e falam, os lábios quentes selados... preciso disso, de novo e mais uma vez, e assim, só assim, acalmar a fúria dentro de mim. Imagina como é estar num ponto onde você conseguiu perder seu auto-controle e todos à sua volta te olham, julgam como louca. Irresponsável. Que atire a primeira pedra quem nunca errou. Você assim como eu, já errou, mentiu, feriu, satisfez o próprio ego, agiu desonestamente ou algo pior. Se não o fez, já pensou em fazer e por um lapso consciente diferiu o pensamento e agiu coerentemente. Nada é conforme queremos, mas nossos erros, esses são como pensamos ou como temos medo de que sejam, pra mim é assim.
O que eu quero da vida ? Eu já não sei, esperava tanta coisa, idealizei tanta coisa, ansiei e desisti de tanta coisa. Pra falar a verdade, eu não sei como viver. Eu julgava que sabia, de verdade. Mas de uns 3 anos pra cá, a perspectiva mudou de forma, de gosto, de olhar ... de pessoa. Descobri que desenvolvi personalidades. Sim, com um abismo de peculiaridades e diferenças entre elas incrível, é monstruoso. Levo um tipo de vida onde se eu quiser ter casa e comida é assim que devo agir. É assim que meus pais pensam. Deixei de lado meus sonhos, meus desejos, meu eu, pra agradar quem dificilmente se agrada. Na minha percepção, quando fizesse 18 anos estaria morando em outra cidade, cursando História numa universidade federal ou particular, mas fora de casa e sozinha. Eu me viraria muito bem, é a lei da sobrevivência não é mesmo ? O mais forte vive, certo ? Eu iria ser mais feliz. Teria meu espaço, minha vida, finalmente ! Conheceria pessoas, teria experiências boas, ruins, meio termo. Teria vontade de continuar, de prosseguir e querer sempre mais e lutar pra isso. Na minha imaginação, eu teria apoio dos meus pais e da família. Os veria uma ou duas vezes no mês, sempre nos finais de semana e feriados, teríamos aquele almoço digno de domingo, as conversas sadias e saudáveis, trocas de cultura, de viver, de amor, de dignidade. E eu não seria assim, gélida, acomodada, uma pessoa marmorizada como estou hoje, um coração peludo batente que dói quando lembra dos sonhos que partiram, que simplesmente escorreram sob minhas mãos e eu tive que deixar. Minha auto-estima não estaria tão baixa, e eu não seria essa pessoa tão carente que hoje eu assumo, admito, confesso e mostro à quem quiser. Não há nada de errado em assumir. Um ser que vibra por atenção, por um pouco de carinho e respeito, por interesse nos meus assuntos, por pessoas que não se aproximem de mim por status mas sim pelo meu significado à ela, o que eu represento em sua vida.
Percebi que absorvi coisas ruins que estão difíceis de jogar fora ... eu tento, tento, mas ainda não é o bastante porque eu ainda me sinto fraca demais. Não queria mas deixei acontecer e hoje pago o preço. Arduamente.
Me sinto mais rebelde que antes. É, é verdade, mas não pelo lado ruim mas sim pelo fato de voltar a lutar pelo que quero e consegui-lo. Evolui, regredi e agora acho que estou caminhando em passos pequenos, mas certos ... tenho esperança nisso.

Eu aprendi a gostar de mim. 

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