terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Take my hands off of yours eyes to soon



Pare e espere um segundo.
Quando você olha para mim assim,
Minha querida, o que você esperava?
Eu provavelmente ainda adoro você
Com suas mãos em meu pescoço.
Ou adorava da última vez que chequei.

{...}

Mas eu desmorono completamente quando você chora
Parece que mais uma vez você tem que me receber com um adeus
Eu estou sempre a ponto de acabar com a surpresa
Tirando minhas mãos dos seus olhos cedo demais


E assim Laura passava os dias. Cada vez mais reclusa, tentando esconder até de si os próprios pensamentos, que segundo ela, no momento, eram constantes e difíceis de controlar. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde tudo ia explodir, alguma coisa ia acabar e seria dela a decisão final de sim ou não. O que ela não sabia era como agir perante isso. Vitor era um bom amigo, como namorado aí é outra história. Eu o conheci e digo nunca o vi triste ou abalado, a não ser as vezes que ele e Laura discutiam mas isso não é da minha conta e sinto dizer, nem de ninguém. Faz seis dias desde a última vez que ela veio em casa e conversamos, falamos muito em poucas palavras. Vitor me perguntara o que estava acontecendo com ela e o máximo que consegui dizer fora "ela precisa de tempo". Quem vê os dois juntos, não sabe o que é ter uma cãimbra de tanto sorrir, rir e rir. Digamos que Vitor é um pouco aluado, fora da órbita ... mas até ele notou as mudanças de Laura e ficou bem preocupado, tanto que veio me perguntar porque. Eu não ia trair a confiança da minha melhor amiga e nem mentir pro namorado dela que era meu amigo também ... mas ela precisava de tempo. Precisava respirar, sentir seus pulmões cheios e o oxigênio filtrando cada célula do seu corpo. Por mais que fugisse do sol, queria sentir a luz, as radiações queimando sua pele e fazendo o seu trabalho... FILTRANDO ... RENOVANDO ... mas tudo o que é bom, sempre tem um lado negativo, nesse caso era mais um lado reflexivo. "Onde fora Augusto ?" Laura pensava.

Esses seis dias pareciam castigo, uma punição. O tempo não ajudava, se tornara seu inimigo tanto quanto às lembranças. Por mais que Vitor tenha compreendido essa fase de Laura e a deixou respirar, Augusto não saía de sua cabeça. A pior parte era quando ia dormir, várias lembranças numa só, tudo ao mesmo tempo, muitos sentimentos juntos e a adrenalina correndo em suas veias ... "não !" pensava, mas como controlar algo que sua mente criava ? Sua mente queria essas lembranças, queria que elas voltassem e a assombrassem. Era um desejo antigo, avassalador eu diria. Mesmo que Laura evitasse pensar nele porque isso a deixava vulnerável demais, era algo que ela gostava, deliciava-se nos pensamentos, permitia que eles a levassem num abismo e depois a trouxessem de volta à superfície. O problema é que isso se tornava frequente e ela, inutilmente, tentava lutar contra.

Não era um desprazer, mas sim um amor próprio que ela tentava criar.
Quando o sol irradiava seu quarto através da janela e ela abria os olhos a única coisa que se permitia pensar era em como tudo seria melhor se fosse conforme o plano ...

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