quinta-feira, 3 de março de 2011

Please, don't get me wrong



Talvez se meu coração parar de bater, não vai doer tanto. E nunca vou ter a resposta mais uma vez a ninguém. Por favor, não me leve a mal. Porque eu nunca vou deixar isso ir, mas eu não consigo encontrar as palavras para te dizer ... Eu não quero ficar sozinha, mas agora eu sinto como se eu não te conhecesse.


Laura passava, agora, os dias na relutância vã de tentar digerir tudo o que aconteceu em apenas, bom, menos de duas semanas. De um lado, conforme o andar da carruagem, sentia que o destino, ou aquele que pensou detalhadamente sobre o plano, estava conspirando a favor. Já do outro, não tinha essa mesma sorte. Victor e Laura não se entendiam mais, e nem se falavam tanto quanto no mês passado ou retrasado. Sentia medo de dar passos em falsos, de machucar uma alma, de ser responsável por alguma desgraça. Fazia dias que não nos falávamos. Fiquei sabendo de tudo isso graças à amizade duradoura de nossas mães. Agora, Laura e eu trabalhávamos e estudávamos e nos restava pouquíssimo tempo para conversar, sair juntas e reunir os amigos. Fernando, nosso best friend, reclamava que há tempos não nos via, não via o resto do pessoal mas ele sabia que agora cada um seguia um caminho. Eu sentia falta dos meus amigos, Laura também.

Na verdade, esse ano estava sendo difícil. Difícil pela falta de várias pessoas. Todos estávamos cansados da vida de colégio e ansiosos para uma vida completamente nova. A vida nova tem seus preços e começamos a pagar por eles. Um grupo de amigos razoavelmente pequeno, mas unido, hoje está disperso. Laura queria seus amigos de volta, mas do jeito que eles eram antigamente, ou pelo menos que alguns voltassem a ser assim. Eu, eu apenas queria meus amigos de volta e um sorriso no rosto corado de Laura.

Nossa protagonista estava ficando carente a cada passar de dias. Carente de pessoas, dos seus pais, sua família. Saudade da avó que a esperava para almoçar e conversavam durante horas. Saudade de acordar num domingo cedo, descer as escadas e ao chegar na cozinha ver seus pais conversando, se entendendo, se unindo, sendo uma família e a famosa voz de John Forgety liderando a banda preferida de seu pai, Credeence Clearwater Revival cantando "Proud Mary".

E Augusto ? Sentia-se a milhas de distância, uma saudade fora do comum misturada com uma vontade imensa de olhar naqueles olhos e dizer "vou estar pra sempre com você, ao seu lado, que é aonde eu quero estar se me permitir". Tinha tantas coisas para falar. Tinham tanta coisa para viverem juntos. Queriam isso. Queriam se permitir levar pela saudade e vivenciar tudo o que idealizaram desde antes. Era um direito deles, uma vontade, um sonho ... Queriam ser apenas Augusto e Laura.

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